A Terra dos ratos
Eram nove da noite, já o jantar estava a terminar e as luzes apagaram-se.
Tóquim espreita lá fora e a escuridão parece que é só na sua casa.
No sótão parece haver movimento. Ele sobe devagar e, quando lá chega, vê que há uma luz azulada por dentro.
Abre a porta devagarinho e vê uma grade festa com balões e uma mesa cheia de petiscos, petiscos assim dizendo, pois eram petiscos de queijo. Quem estaria a dar aquela festa? Tóquim entrou um pouco mais naquela divisão da casa.
Quando olha para o chão vê uma ratazana e olhando para o seu lado esquerdo vê muitas mais ratazanas e ratos a dançar. Ele dá um guincho agudo e todas as ratazanas e ratos fogem fazendo pequenos guinchinhos. De súbito entra a mãe de Tóquim, Jossefina, que ficou admirada ao ver seu filho e um monte de queijo no chão, até que perguntou:
- O que é que se passa aqui?
Tóquim olhou para a mãe com uma expressão de admiração no seu rosto mulato. Até que Jossefina disse:
- Chega Tóquim, se tens fome dizes não vens para o sótão comer queijo, e já agora, não tomas o teu leite antes de ires para a cama pois não deves ter fome.
Tóquim tentou falar mas a mãe não o deixou.
- Chega, não quero mais explicações, vai para o teu quarto e trata de adormecer.
Tóquim lá foi, descendo vagarosamente, as escadas que davam para a divisão mais estranha da casa, o sótão.
Quando chegou ao seu quarto sentiu uma certa curiosidade em descobrir o que se passava e então esperou pela meia-noite.
A casa estava escura a essa hora da noite e quando saiu de seu quarto acendeu uma lanterna e ficou um pouco à escuta. Só se ouvia o ressonar do pai e a respiração da mãe. Quando chegou ao sótão sentiu um frio vindo de uma porta por onde nunca tinha entrado.
Chegou-se perto dela, era pequena, por isso, pôs-se de joelhos para entrar nela, sentiu algum receio mas depois de entrar viu uma luz brilhante. Para lá da porta já se podia pôr de pé, quando se habituou finalmente àquela luz forte e clara viu que estava numa cidade minúscula, para ele, que era a cidade dos ratos. Lá reinava um dia solarengo em conjunto com uma brisa refrescante.
De repente viu dois ratos perto dele que lhe ordenavam:
- Faça-me um favor e acompanhe-nos.
- Com certeza!- respondeu Tóquim com um sorriso nos lábios.
Os dois ratos conduziram-no até à excelentíssima ratazana real que se encontrava no seu jardim real impacientemente. Quando lá chegaram ajoelharam-se e a excelentíssima ratazana real disse com uma voz calma e relaxada:
- Sei tudo sobre ti meu rapaz e preciso que me prestes o favor de construir uma muralha em volta de Ratopólis.
- É com todo o prazer!- respondeu como tinha respondido aos dois ratos que agora tinham desaparecido.
- No fim ,- disse a excelentíssima ratazana real- poderás voltar para casa. A muralha terá que ser alta para que os gatos não a trepem. É meu dever, também, zelar pela tua segurança e bem-estar.
Tóquim utilizou calhaus grandes e conseguiu acabá-la nessa noite(dia em Ratopólis ). Antes de partir perguntou à excelentíssima ratazana real:
- Como consigo eu falar com ratos e ratazanas?
- Tu foste o rapaz escolhido por isso tu consegues falar connosco.- respondeu a excelentíssima ratazana real.
Tóquim regressou ao seu quarto, pé ante pé, muito devagarinho para não acordar a sua mãe que àquela hora já costumava estar acordada. Pois, é que eram oito da manhã e ele estava todo dorido e cansado.
Passaram-se três dias e, Tóquim, voltou a Ratopólis e reparou que a sua muralha tivera resultado. Perto dele estava agora a excelentíssima ratazana real que lhe disse o seguinte:
- Por ter resultado, e já que estás aqui, pede um desejo.
Tóquim pensou e repensou até que disse:
- Quero que todos sejam felizes, tanto em Ratopólis como em minha casa.
E assim foi, ficaram todos muito felizes. Todos excepto os gatos de Gatopólis.
Célia Subtil
4º ano
EB1 de Arrifana
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
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